12 abril 2012

Tenho medo da minha dermatologista!







Em Janeiro resolvi ir a um dermatologista, porque tenho umas manchas escuras no pescoço há mais de um ano que me andam a incomodar. Não sendo eu de Lisboa e como a escolha de médicos baseia-se muito no boca-a-boca, fiz uma breve pesquisa no Google tentando encontrar bom feedback de dermatologistas em fóruns e sites da especialidade.

Encontrei boas referências acerca da Dra. Manuela Cochito («Bem, se vai à televisão, ao programa da Fátima Lopes, é porque deve ser boa», pensei eu) e em Novembro lá marquei uma consulta. Claro que com a própria Manuela Cochito só havia vaga após 5 meses, resolvi ficar com uma médica (Dra. Diamantino), ainda que a superstar Dra. Cochito supervisione a consulta e vá lá dar o seu parecer.

Disseram-me que tinha acne (eu, que não tenho uma única borbulha) e deram-me uns comprimidos fortíssimos e fizeram-me jurar a pés juntos que não iria engravidar nos próximos tempos, pois podem criar deformações nos fetos e coisas afins. Fui à farmácia com uma lista interminável de cremes de dia, bronzeadores factor 50 (eu que sou negra, mas dizem que é importante), cremes de noite, despigmentantes, sérum, creme hidratante extra, gel para não sei o quê, tendo deixado naquele estabelecimento cerca de 300 euros. Fora os 100 da consulta, claro.

Passados 3 meses de tratamento, não vi grandes melhorias na minha pele. As manchas continuam lá, embora a textura da pele possa estar melhor. Voltei ontem ao consultório porque tinha um peeling marcado. Peeling de ácido glicólico. Da forma como aquela porcaria ardeu, ninguém me tira da cabeça que aquilo não seria ácido sulfúrico, mas enfim, é melhor deixar de ser melodramática. Foi o primeiro de 3. E só não chorei de dor por vergonha.

Ora, o que me intriga na Dra. Diamantino é o seu ar de Stepford Wife. Simpática, sim. Excessivamente, diria eu. É daquelas pessoas que tem um sorriso estático nos lábios enquanto lhes contamos coisas sem graça nenhuma, do tipo «a minha pele estala de manhã» ou «as manchas não melhoraram».

Achei particular piada ao dizer-me que «após o peeling poderá fazer a sua vida normal». A verdade é que hoje sou uma versão mulata e cabeluda do Freddy Krueger.


E depois o pior de tudo: aperta a mão de forma frouxa. Só apetece é agarrar nela e dizer «SEJA VIGOROSA, MULHER!».

Torçam por mim. Eu só quero ter uma pele de bebé.

09 abril 2012

Novas descobertas musicais

Já tinha ouvido falar no Samuel Úria assim de relance. Mas nunca de forma intensa ou insistente ao ponto de ir à procura das canções dele.

No Facebook, eu e o Samuel temos alguns amigos em comum e, há uns dias, estivemos em amena cavaqueira até às 3 da manhã a falar sobre filmes. O rapaz é extremamente inteligente, bem-humorado, culto e muito simpático. E escreve lindamente, sem erros nenhuns. Senti-me à vontade com ele, ao ponto de ser a minha versão tola de sempre e não sentia a sombra de ele ser uma figura pública (ou a caminho disso) a provocar-me qualquer tipo de embaraço. No final da nossa conversa, como prova de "amizade virtual" desfez-se de alguns amigos da lista dele para me inserir no seu grupo de 5000 amigos. Ui, eu sou mesmo especial, eu sei!

Mas hoje...encontrei esta  música do Úria e fiquei encantada.

O que conhecem vocês da carreira do rapaz?


04 abril 2012

Entrevista com Lily Braun



Como estou a estugar o passo até aos 30 anos e ainda não me tornei na Oprah Winfrey portuguesa, o mais provável é que esta seja a única oportunidade da minha vida de ser entrevistada com pompa e circunstância. Mesmo que seja apenas eu a colocar questões e a respondê-las, mas um toquezinho de esquizofrenia nunca fez mal a ninguém, certo?

- Lily, muito obrigada por ter cedido alguns minutos para esta entrevista.
- Ora essa, Entrevistadora Simpática. Tenho todo o gosto em partilhar um pouco da minha vida consigo e com os treze leitores do Dá-me um Lamiré.

- Pois bem, a Lily deixou de escrever no seu blogue anterior em Setembro e nunca mais ninguém soube nada de si. Começo então por lhe perguntar algo que todos quererão certamente saber: o que tem andado a fazer?
- A minha vida deu uma grande volta nestes últimos meses. Passei um estado de overwhelmingness que durou demasiado tempo, a partir de Maio até ao início de Fevereiro.

- Overwhelmingness?
- Sim, não estou a utilizar esta palavra em inglês só porque sim. Não existe tradução. É mesmo um estado em que temos mil coisas na vida às quais queremos prestar atenção e que queremos controlar e mudar e não sabemos por onde começar. Quando estamos nesse estado, existem duas opções: ou enlouquecemos ou iniciamos o processo de mudança. E foi esta última que resolvi fazer.

- Como deu início a esse processo?
- Poderá achar que estou a brincar, mas cortei o cabelo. Utilizava o cabelo comprido há mais de 3 anos e resolvi cortá-lo e afirmar o meu AFRO de uma vez por todas.

- Interessante, realmente as mudanças radicais de visual despoletam sempre qualquer coisa numa mulher...
- Sim, é mesmo verdade. A questão é que, a partir de então, todas as peças se começaram a mover. Encontrei uma casa no centro de Lisboa e fui morar sozinha pela primeira vez na vida. Depois decidi despedir-me do meu trabalho e tornar-me freelancer. Precisava urgentemente de recuperar a vontade de me levantar de manhã e não desejar ardentemente ser atropelada para não ter de ir trabalhar.

- Despediu-se de um trabalho estável e com contrato sem termo? Como se sente em abandonar a certeza e ir voluntariamente para o mercado dos recibos verdes?
- Sinto-me bem. Muito bem. Essa coisa da estabilidade tornou-se muito relativa nos anos em que vivemos. Os mercados são voláteis e a qualquer momento podemos ver-nos sem chão. A maioria dos amigos apoiou-me, os meus pais não me fizeram perguntas. A única pessoa que pareceu verdadeiramente incrédula foi o meu chefe que teve a lata de me perguntar «Como é que vais fazer dinheiro?».

- (olhos abertos)
- Pois é. Ridículo, não é? O meu sonho é esfregar o meu IRS na cara dele, para que entenda que não preciso dele para nada.

- E como tem corrido a vida como tradutora freelancer?
- Estou a habituar-me lentamente a esta liberdade de que disponho. Como sou naturalmente noctívaga, ainda não consegui definir um horário para acordar, trabalhar e ir dormir pelo que ando a viver ao sabor do meu volume de trabalho. Tenho mais tempo para viajar, basta levar o meu Vaio e consigo trabalhar em qualquer lado.

- Assim, de repente, parece-me perfeito.
- A minha vida não está nada mal (risos).

- Lily, e planos para o futuro, tem algum?
- Bem, existe um projecto relacionado com música na calha. Um produtor convidou-me para gravar um álbum. Ainda estamos numa fase embrionária, de composição e de gravação de demos. Não tenho grandes pressas, mas a verdade é que a Lily Braun nasceu para cantar.

- Desejo-lhe a maior sorte do mundo.
- Muito obrigada. Para si também, Entrevistadora Simpática. Foi um prazer.